Hoje resolvi abrir o
meu armário e dar uma geral, organizar mesmo.
Comecei empilhando as
minhas roupas e logo percebi que ali tinham peças que há anos nem via. Quanto
mais eu arrumava, mas observava aquelas roupas que não usava e nem usaria nunca
mais. Fui separando peça por peça e
quando me dei conta, tinha um imenso monte de calças, blusas, vestidos que
serviriam agora para doação, apenas.
Aquilo me deu um troço,
sei lá, me inspirou a fazer isso também com os meus sapatos, até mesmo aqueles
que já tem exatamente o molde do nosso pé, de tanto que usamos.
O sentimento de me
"livrar" do velho, do usado, do guardado apenas pelo sentimento da
posse, foi aumentando e se alastrando para outras áreas da minha casa e
da minha alma.
Indo para a sala, decidi
naquele momento que usaria todas as xícaras e taças mais raras da minha
cristaleira no meu café da manhã e em todos os momentos do meu dia a dia
rotineiro.
Tirei o talher do
faqueiro, troquei as fotos dos portas retratos, mudei o sofá de canto, espalhei
quadros guardados na casa inteira. Estava absolutamente realizada com aquilo
tudo.
Foi quando percebi que
essas limpezas estavam sendo necessárias também na minha vida.
Amigos por conveniência,
elogios espalhados na busca da aceitação, vergonha das minhas fraquezas, minhas
limitações, necessidade de reconhecimento, o Ter no lugar do Ser... tudo isso
estava precisando ser limpo e organizado em mim. Joguei fora algumas lembranças
e dores antigas, mágoas, tristezas, egoísmos, mentiras, arrogâncias, raivas.
Comecei a revirar as
minhas gavetas da alma, buscando a minha verdadeira essência. Revirei
tudo. Não sei se achei, mas nessa faxina de alma que iniciei hoje, consigo
seguir a vida com muito mais sorrisos no rosto e leveza, com certeza!
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