segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Faxina da Alma


Hoje resolvi abrir o meu armário e dar uma geral, organizar mesmo.

Comecei empilhando as minhas roupas e logo percebi que ali tinham peças que há anos nem via. Quanto mais eu arrumava, mas observava aquelas roupas que não usava e nem usaria nunca  mais. Fui separando peça por peça e quando me dei conta, tinha um imenso monte de calças, blusas, vestidos que serviriam agora para doação, apenas.

Aquilo me deu um troço, sei lá, me inspirou a fazer isso também com os meus sapatos, até mesmo aqueles que já tem exatamente o molde do nosso pé, de tanto que usamos.

O sentimento de me "livrar" do velho, do usado, do guardado apenas pelo sentimento da posse, foi aumentando e se alastrando para outras áreas da minha casa e da minha alma.

Indo para a sala, decidi naquele momento que usaria todas as xícaras e taças mais raras da minha cristaleira no meu café da manhã e em todos os momentos do meu dia a dia rotineiro.

Tirei o talher do faqueiro, troquei as fotos dos portas retratos, mudei o sofá de canto, espalhei quadros guardados na casa inteira. Estava absolutamente realizada com aquilo tudo.

Foi quando percebi que essas limpezas estavam sendo necessárias também na minha vida.

Amigos por conveniência, elogios espalhados na busca da aceitação, vergonha das minhas fraquezas, minhas limitações, necessidade de reconhecimento, o Ter no lugar do Ser... tudo isso estava precisando ser limpo e organizado em mim. Joguei fora algumas lembranças e dores antigas, mágoas, tristezas, egoísmos, mentiras, arrogâncias, raivas.


Comecei a revirar as minhas gavetas da alma, buscando a minha verdadeira essência. Revirei tudo. Não sei se achei, mas nessa faxina de alma que iniciei hoje, consigo seguir a vida com muito mais sorrisos no rosto e  leveza, com certeza!

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