quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O TEMPO É OUTRO


E sabe o que eu acho? Que o tempo é outro.

E sabe o que eu penso? Que o tempo é curto.

Não tenho mais tempo para coisas pequenas. Não tenho mais saliva para pessoas pequenas... As engulo (quando consigo!) no seco.

O meu ânimo para a insatisfação crônica, usada como justificativa pelos fracos, não é mais o mesmo. Esses mesmos fracos que tem como base sentimentos sujos e azedos como a ingratidão, egocentrismo e o egoísmo e que deixam o mundo mais sombrio e sem cor.

O tempo de culpar os outros pelos nossos fracassos, passou. O tempo de jogar nos outros a culpa de não sermos felizes, passou. O tempo de correr desesperadamente em busca de um sucesso e de um reconhecimento, moldado em fama ou posição social, passou.

O tempo é outro.

É tempo de brincar com os filhos e tomar banho de chuva como na infância. É tempo de comer pão com manteiga e se deliciar, tempo de andar mais a pé, de ligar para os amigos distantes, de abraçar mais os conhecidos, de dizer mais que ama, de rir, com a boca e os olhos, de ter mais paciência, de pedir perdão verdadeiramente, de ouvir muita música, alimentando a alma, de ser mais generoso e menos negativo, de compartilhar, de agradecer.

Aquele tempo de poder, de olhar de cima para baixo, de pisar, de guardar mágoas, traumas e medos, passou.

Estão nesse tempo apenas os ignorantes, os que evoluem na velocidade de uma tartaruga velha e cansada.

É tempo de gente, não de coisas.

O tempo é outro...


Katharina Gurgel


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