O TEMPO É OUTRO
E sabe o que eu acho? Que o tempo é outro.
E sabe o que eu penso? Que o tempo é curto.
Não tenho mais tempo para coisas pequenas. Não tenho mais
saliva para pessoas pequenas... As engulo (quando consigo!) no seco.
O meu ânimo para a insatisfação crônica, usada como
justificativa pelos fracos, não é mais o mesmo. Esses mesmos fracos que tem
como base sentimentos sujos e azedos como a ingratidão, egocentrismo e o egoísmo
e que deixam o mundo mais sombrio e sem cor.
O tempo de culpar os outros pelos nossos fracassos, passou. O
tempo de jogar nos outros a culpa de não sermos felizes, passou. O tempo de correr
desesperadamente em busca de um sucesso e de um reconhecimento, moldado em fama
ou posição social, passou.
O tempo é outro.
É tempo de brincar com os filhos e tomar banho de chuva como
na infância. É tempo de comer pão com manteiga e se deliciar, tempo de andar
mais a pé, de ligar para os amigos distantes, de abraçar mais os
conhecidos, de dizer mais que ama, de rir, com a boca e os olhos, de ter mais paciência,
de pedir perdão verdadeiramente, de ouvir muita música, alimentando a alma, de
ser mais generoso e menos negativo, de compartilhar, de agradecer.
Aquele tempo de poder, de olhar de cima para baixo, de pisar,
de guardar mágoas, traumas e medos, passou.
Estão nesse tempo apenas os ignorantes, os que evoluem na
velocidade de uma tartaruga velha e cansada.
É tempo de gente, não de coisas.
O tempo é outro...
Katharina Gurgel
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